Estivemos hoje no evento da Motorola, onde a icónica empresa apresentou formalmente o seu regresso ao mercado de smartphones em Portugal, bem como as suas estratégias para o futuro. Tivemos a oportunidade de entrevistar Daniela Idi, Directora de Marketing da Motorola EMEA (Europa, Oriente Médio e África), onde conversámos sobre o passado, presente e futuro da Motorola.
LifePatch: com tantos modelos de Inteligência Artificial no mercdo, disponibilizados por outras marcas, como pretende a Motorola destacar-se e providenciar a melhor experiência ao consumidor?
Daniela: Apesar de existirem, no mercado, várias propostas existentes de Inteligência Artificial, sentimos que algumas não estavam prontas quando foram disponibilizadas ao consumidor final. Além disso, sentimos que as funcionalidades nem sempre são transparentes. Nós queremos que o consumidor entenda as vantagens e a proposta de valor que estamos a fazer. Adicionalmente, queremos com o que prometemos ao consumidor, ou seja, oferecer a experiência de IA quando estiver pronta, sendo que o momento é agora.
LifePatch: sendo a Motorola uma marca icónica, com os famosos telemóveis em "concha", portanto, a herança é grande. Contudo, o mercado de smartphones é bastante agressivo. Desta forma, como é que a Motorola se motiva para "atacar" o mercado, quais são as vossas forças?
Daniela: Dada a nossa herança, nós valorizamos dois aspetos importantes: consistência e adaptabilidade. Neste momento, nós continuamos a ser a marca pioneira no que toca a inovação e proposta de boa relação entre qualidade e preço. Simplesmente adaptámo-nos às novas necessidades do mercado, seja a nível de especificações ou de acompanhar as tendências. Por isso é que nós fazemos o trabalho de fechar parcerias que consideramos relevantes para o consumidor, como a Pantone através das cores, ou a Bose através da tecnologia de som, presente nos auriculares.
LifePatch: o mercado português de tecnologia de consumo é pequeno, no entanto representa muito potencial pois é um público que consome e gosta de tecnologia. Contudo, dada a nossa economia, o consumidor português costuma privilegiar equipamentos mais acessíveis. Qual é a estratégia da Motorola para penetrar neste mercado?
Daniela: Portugal é definitivamente um mercado importante para nós. A nossa estratégia não se trata só de expandir a presença no espaço EMEA, mas de personalizar a oferta de produto consoante o país. Acreditamos que, neste momento, temos uma família de produtos que se consegue adaptar a todas as necessidades do consumidor, seja pela família Moto G (gama de entrada/média), Moto Edge Ultra (segmento premium) e os peculiares Moto Razr. O nosso portfólio expande-se a várias etiquetas de preço, contudo, o fio condutor é sempre o mesmo: oferecer uma experiência de qualidade e personalização transversal a qualquer equipamento, independente do preço. Acima de tudo, queremos respeitar o mercado local e promover ações de marketing e espaços SIS (shop in shop) em retalhistas locais.
LifePatch: relativamente aos equipamentos dobráveis, vocês conseguiram ter uma oferta com um valor mais acessível, comparando à concorrência. Existem planos para expandir a linha Razr?
Daniela: obviamente que há coisas que não posso revelar (risos), mas é algo que temos em consideração, aumentar a nossa oferta de equipamentos dobráveis. No entanto, é uma análise continua que fazemos, de acordo com a resposta dos mercados. A tecnologia está pronta, sem dúvida, como é evidente pelos equipamentos existentes. Não queremos precipitar-nos e estamos a fazer um trabalho de pesquisa e ponderação, de forma a perceber se tal expansão fará sentido, no futuro.
LifePatch: falando em futuro, terminando com uma questão mais aberta: com o mundo da tecnologia a avançar tão rápido, com as necessidades do cliente a mudar constantemente, como é que a Motorola se vê no futuro, digamos, nos próximos 10 anos?
Daniela: É difícil fazer essa previsão, no meio de um mercado de consumo que está sempre em constante mudança. A nossa proposta/promessa é que a Motorola irá continuar a manter os seus valores raiz, ou seja, a consistência e adaptabilidade. Esses valores nunca mudam, independentemente da forma como o mundo e o mercado de tecnologia de consumo possa mudar.