A Meta anunciou que, a partir de outubro, deixará de vender e exibir publicidade política, eleitoral e sobre temas sociais em toda a União Europeia. Esta decisão surge como resposta à nova legislação europeia que exige maior transparência e regulamentação na forma como a publicidade política é segmentada e divulgada nas plataformas digitais.
A empresa considera que as exigências impostas são demasiado complexas, criando obstáculos legais e operacionais que dificultam a continuidade deste tipo de publicidade na região. Desde 2018, a Meta já aplicava medidas de transparência para este tipo de anúncios, incluindo autorizações específicas, marcações de "pago por" e uma biblioteca pública de anúncios.
Contudo, as novas regras obrigam a um nível de detalhe ainda mais exigente, incluindo explicações sobre custos, intenções políticas e métodos de segmentação utilizados. Para a Meta, cumprir estes requisitos em 27 países diferentes seria impraticável.
Meta recusou adaptar-se às novas regras da União Europeia
Ao invés de tentar adaptar-se às novas regras com um produto que, segundo a empresa, não serviria bem nem os utilizadores nem os anunciantes, optou-se por suspender totalmente este tipo de publicidade na União Europeia. A medida não impede que conteúdos políticos continuem a ser partilhados de forma orgânica nas redes sociais, apenas deixa de ser possível promovê-los através de anúncios pagos.
A decisão acompanha passos semelhantes tomados por outras empresas tecnológicas, como a Google, que também deixou de aceitar publicidade política na UE. Tudo isto reflete um crescente confronto entre os reguladores europeus e as grandes plataformas digitais, à medida que leis como a Lei dos Serviços Digitais e o Regulamento dos Mercados Digitais procuram impor mais responsabilidade sobre os conteúdos e as práticas comerciais das gigantes tecnológicas. Para a Meta, a escolha está feita: menos política paga, mais controlo sobre os riscos legais.