Quase uma década após o seu fim, a fabricante de smartwatches Pebble está a regressar ao mercado – mais ou menos. O fundador da empresa, Eric Migicovsky, anunciou dois novos dispositivos a correr o PebbleOS de código aberto. No entanto, como a Google é agora dona da marca Pebble, os modelos têm nomes diferentes: Core 2 Duo e Core Time 2.
História da Pebble
Para quem não se recorda, a Pebble ganhou notoriedade em 2012 através de uma campanha de grande sucesso no Kickstarter. Os smartwatches da empresa tinham ecrãs de e-paper e chegaram antes do primeiro Apple Watch, oferecendo aos utilizadores a possibilidade de ver notificações, criar mostradores de relógio personalizados e até aceder a uma loja de aplicações — tudo isto com uma bateria que durava uma semana, apesar de um ecrã sempre ligado.
No entanto, a empresa cresceu demasiado rápido e não conseguiu atingir as suas metas de vendas, acabando por ser vendida à Fitbit. Poucos anos depois, a Google comprou a Fitbit, o que significava que passou a deter os ativos da Pebble. Esta é a razão pela qual a Pebble regressou ao mercado com outro nome, evitando assim problemas relacionados com direitos de marca.
A nova empresa de Migicovsky, Core Devices, é uma homenagem ao Pebble Core, o wearable sem ecrã que nunca chegou a ser comercializado. Desta vez, a operação é muito mais pequena, consistindo em Migicovsky, outro funcionário a tempo inteiro e alguns contratados — ele afirma que está a levar as coisas com mais cautela. Por isso, haverá apenas cerca de 10.000 unidades disponíveis do Core 2 Duo e um pouco mais do Core Time 2.
Core 2 Duo

O primeiro a chegar ao mercado é o Core 2 Duo, que partilha muitas características com o Pebble 2 de 2016. Este wearable tem um ecrã e-paper monocromático de 1,26 polegadas integrado numa estrutura de policarbonato. Tal como o original, inclui um microfone, é resistente à água com certificação IPX8 e conta com monitorização de passos e do sono.
A grande mudança está na duração da bateria, que foi significativamente aumentada de 7 para 30 dias, bem como na inclusão de um novo chip Bluetooth, barómetro e bússola. Além disso, traz um motor mais silencioso e potente para melhores alertas de vibração e botões mais fiáveis (os antigos tinham um histórico de degradação). Migicovsky afirma que os novos botões devem oferecer uma vida útil até 30% superior.
Core Time 2

O Core Time 2 assemelha-se ao Pebble Time 2, que nunca chegou a ser lançado. Traz algumas melhorias em relação ao Core 2 Duo, como um ecrã e-paper colorido de 1,5 polegadas sensível ao toque, com 64 cores, uma estrutura e botões em alumínio e um monitor de frequência cardíaca.
Embora o sistema operativo não tenha sido concebido para interações por toque, essa funcionalidade permitirá inicialmente aceder a aplicações tocando em widgets no mostrador do relógio. Com o tempo, as interações no ecrã tátil serão expandidas. O Core Time 2 também promete uma autonomia de bateria de até 30 dias.
Novos produtos com funcionalidades clássicas
Assim como os Pebbles de antigamente, os smartwatches da Core vibram quando chegam notificações, têm mostradores de relógio personalizáveis, exibem as horas num ecrã sempre ativo, podem controlar a reprodução de música através de botões físicos e oferecem monitorização básica de saúde.
Além disso, ambos podem aceder a mais de 10.000 aplicações PebbleOS e mostradores de relógio disponibilizados pela Rebble Foundation. Migicovsky também afirmou que haverá uma aplicação complementar para Android/iOS e um kit de desenvolvimento de software atualizado para programadores interessados em criar novas aplicações.
Preço e disponibilidade
O Core 2 Duo estará disponível a partir de julho por US$ 149, enquanto o Core Time 2 chega em dezembro por US$ 225. As pré-encomendas já podem ser feitas no site oficial.