Google Pixel 4 – Review em Português
Foi há dois meses que a nossa redação começou a testar o mais recente flagship da Google. Das duas versões
Foi há dois meses que a nossa redação começou a testar o mais recente flagship da Google. Das duas versões disponíveis escolhemos testar o modelo mais pequeno de 5,7″. Qual é a nossa avaliação? É isso que vai descobrir neste artigo!
Primeiro que tudo, há que deixar claro que o Pixel 4 não se encontra à venda em Portugal. Aliás poucos são os mercados em que ele é comercializado. Porque razão é que isso acontece? Já não se percebe… Ao princípio, era justificável, dado que a Google estava a criar a sua própria cadeia de fornecimento do zero. A base do Pixel, a Google Assistant, também tinha suporte a poucos idiomas.
Só que em quatro anos, não acreditamos que eles não tenham tido tempo para pensar numa expansão do produto a mais mercados. Ainda para mais com a Assistente a suportar mais e mais idiomas, por exemplo, recentemente ganhou suporte ao nosso Português de Portugal. Mas Pixel 4, nem vê-lo, na Google Store do nosso país. Nem isso, nem o Google Home, nem o Nest Hub, etc!
Enfim, desabafo feito, há uma pergunta que para já requer resposta.
Como conseguiram um Pixel 4?
Boa pergunta! Conseguimos comprar uma unidade na Google Store Alemã. É bastante simples de o fazer. Só que a encomenda em vez de vir ter a Portugal tem que ser entregue numa morada Alemã. Caso não tenha um familiar no país, basta contratar um serviço de redirecionamento de encomendas para Portugal (por exemplo, Forward2me). Foi assim que conseguimos a unidade para review.
A bateria é tão má como se diz por aí?
É verdade que a bateria do Pixel 4 é má! Não se esperavam grandes milagres de 2800mAh, mas ter algo tão mau num topo de gama de 2019… Essa não esperávamos!
Conseguimos ter uma média de 3/4h de utilização de ecrã, achamos que isso já deixa bem claro o que falávamos em cima. Resumindo, exigia-se mais da Google. É o quarto ano consecutivo a desenvolver smartphones que deveriam representar o melhor da experiência Android.
Rematando o tópico, se quer um pouco mais de autonomia é melhor ir buscar o modelo XL de 6,3″, pois apresenta uma bateria mais aceitável de 3700mAh. Ou seja, dará certamente para mais um tempinho de autonomia. Mesmo assim, não espere um ou dois dias de utilização como o iPhone 11 Pro Max.
Os pontos positivos do Pixel 4
Grande parte da experiência de utilização do Pixel 4 roça a perfeição. Desde o desempenho, ao áudio estéreo, o reconhecimento facial, o seu ecrã OLED de 90Hz super fluído, passando pelas famosas e fantásticas câmaras, tanto a frontal como a dupla de sensores na traseira.
Aprofundando as câmaras, que é o que toda a gente quer saber do flagship da Google. São duas lentes na traseira, uma grande angular e outra telefoto. Esta última para fotos com melhor qualidade, quando efetuado zoom na interface da câmara.
Segundo a Google, esta câmara foi adicionada para melhorar o desempenho do Super Res Zoom – uma tecnologia lançada no ano passado com o Pixel 3. Basicamente, o Super Res Zoom usa um algoritmo de IA para tentar minimizar o grão das imagens com zoom e/ou acrescentar-lhe detalhe. Daqueles milagres que só a câmara Google consegue fazer!
Tal como o Night Sight, que melhora o desempenho da câmara em captação de imagens em ambientes low-light. Este ano, com o Pixel 4, a tecnologia ganhou um novo modo de Astrofotografia, para tirar belas fotografias às estrelas no céu.
Pode ver neste link (na qualidade original, não comprimidas) algumas fotografias tiradas com o Pixel 4, tanto com a lente grande angular, como com a telefoto. Tem também fotos tiradas com o Night Sight. Não tivemos ainda oportunidade de testar o modo de Astrofotografia, quem sabe mais tarde relatemos essa experiência num novo artigo.
Veja as fotografias tiradas com o Pixel 4 nesta galeria em baixo. Tenha em atenção que as fotos estão numa resolução mais baixa para que conseguíssemos fazer upload para o site.
A câmara frontal produz fotografias aceitáveis, com boa qualidade. Sentimos a falta do segundo sensor ultra grande angular que o Pixel 3 possuía. Em selfies de grupo dava imenso jeito!!!
Em vídeo, tanto a câmara frontal como traseira desempenham bem. Só achamos é que a Google poderia ter disponibilizado vídeo 4K 60fps na câmara traseira. Já grande parte dos topos de gamas, se não todos, possuem suporte!
As câmaras do Pixel 4 são realmente muito boas, tirámos já fotos extraordinárias sem perder tempo a ajustar nada na app da câmara. Foi só clicar no botão do obturador!
Quanto à falta da terceira lente, uma ultra grande angular na traseira, não sentimos falta. Reconhecemos que é sempre bom ter mais possibilidades, mas sinceramente não sentimos falta desta. Contudo é bastante provável que no próximo ano a Google apresente esse sensor, tão pedido pelos utilizadores.
Como se safa o reconhecimento facial do Pixel 4?
A Google traz-nos uma nova opção de autenticação biométrica para os seus telefones. Estamos a falar do mesmo reconhecimento facial 3D dos Apple iPhone, que também funciona extremamente bem no Pixel 4.
É tão bom como o do iPhone? É realmente excelente, melhor até em algumas coisas que o do iPhone. Isto porque desbloqueia em qualquer posição. Estando o telefone na vertical ou horizontal. É a experiência ideal para o desbloqueio facial.
Só que nem tudo é um mar de rosas com o desbloqueio facial do Pixel 4. Primeiro, quase nenhuma app de terceiros suporta o reconhecimento facial no Android. No iPhone, existem muitas apps de homebanking, gestores de passwords, etc, a suportar o sistema do mesmo para o autenticar, no Pixel 4 não é assim.
Mas há mais um problema (mais grave até…) e estou a falar-vos de uma falha de segurança… A Google, ou esqueceu-se de a implementar, ou achou que ninguém iria sentir falta dela, uma opção para requerer atenção para desbloquear o telefone.
Ou seja, de olhos fechados conseguirá desbloquear o seu Pixel 4, ou a sua esposa poderá apanhá-lo a dormir, desbloqueá-lo e ir cuscar as mensagens.
E quem diz a esposa, pode até dizer pessoas mal-intencionadas! A Google deveria ter tido atenção a isso. Apressou-se a dizer que ia resolver a situação num update futuro, mas já lá vão dois meses e nada. Esperamos sentados pela opção, Google? Não me parece correto.
Radar – Uma novidade de aplaudir!
O que é possível fazer com este sensor? Bom, não muito atualmente. Apesar de estarmos perante uma tecnologia poderosíssima que até o batimento cardíaco do utilizador é capaz de detetar, ele não faz muito mais que detetar a presença do utilizador e aceitar o input de uns swipes aéreos para mudar de música ou desligar um alarme.
Há que aplaudir a Google pela iniciativa, contudo, poderia ter trabalhado um bocadinho mais o conceito. Connosco funcionou muito bem este sensor, apesar de vários YouTubers se queixarem dele… No que estamos de acordo é que não justifica a presença para aquilo que faz atualmente no telefone.
O design Google agrada-nos
O design do Pixel não é consensual e para além disso já era conhecido há largos meses antes do seu lançamento. Nós pessoalmente gostámos dos traços interessantes que fazem deste smartphone único. Começando pelo botão power colorido, às laterais de metal com uma textura emborrachada pintado em preto e ainda o vidro mate na traseira.
Quanto à parte frontal, sim, temos uma testa avantajada mas veja as coisas pelo lado positivo. Pelo menos há uma justificação para isso. Os sensores do desbloqueio facial, o radar, a câmara frontal e os sensores de proximidade.
Muitos componentes a encaixar portanto.
Balanço geral, o Pixel 4 é um bom smartphone para aquilo que custa. Ele é mais barato que um iPhone 11, que não possui sequer um ecrã OLED. Se gosta de Android Puro, experiência Google, preza uma boa câmara fotográfica, desempenho de topo e um bom ecrã, o Pixel 4 é perfeito para si. Não se esqueça é que a bateria não é lá grande coisa…