Spotify partilha a "miséria" que paga aos artistas

Por António Guimarães 1 min de leitura
Spotify partilha a "miséria" que paga aos artistas

A plataforma de streaming musical Spotify lançou recentemente o seu relatório anual de pagamentos aos artistas. Embora a plataforma tenha apresentado o relatório de forma positiva, se olharmos para o mercado de plataformas de música, percebemos que o Spotify continua a ser a plataforma que menos paga aos artistas.

Primeiramente, olhemos para os números apresentados pelo Spotify: a plataforma afirma pagou cerca de 10 mil milhões de dólares a artistas em 2024, adicionando que aumentou em 10 vezes os pagamentos nos últimos 10 anos. Outros números incluem que cerca de 1500 artistas geraram 1 milhão de dólares cada um.

Considerando que existem cerca de 11 milhões de criadores de conteúdo musical no Spotify, estes números não impressionam muito, principalmente se compararmos com outras plataformas.

A concorrência continua a pagar mais que o Spotify

De acordo com um relatório da Duetti, uma plataforma de financiamento musical, o Spotify pagou cerca de 3 dólares por 1000 reproduções em 2024. Em comparação, pelo mesmo número de reproduções, o YouTube pagou 4,80$, o Apple Music 6.20$ e o Amazon Music 8.80$. Em resposta, o Spotify afirmou que o relatório da Duetti é "ridículo" e que as plataformas musicais não pagam por reproduções.

É claro que não podemos ignorar o óbvio: o Spotify é a plataforma de música com mais utilizadores. Desta forma, qualquer artista vai ter mais visibilidade no Spotify do que em plataformas concorrentes. Ainda assim, as outras plataformas continuam a recompensar melhor os artistas e o Spotify continua a reunir o desagrado de muitos músicos. De acordo com a Billboard, 4 em 5 artistas que foram nomeados para Grammys decidiram não ir às cerimónias do Spotify.

A Billboard também revelou que os aumentos de preço nas subscriçãos do Spotify (Premium, Duo e Family), resultaram em cerca de 150 milhões de dólares em prejuízo de receitas para artistas nos EUA.